Artigo Artemir Bezerra / Espessuras - PARTE 2

22/10/2012 10:54

 

ESPESSURA MÁXIMA

Nesta série de artigos sobre espessura concentrei-me mais na espessura máxima por entender que lentes espessas é a maior preocupação dos usuários de óculos. Também utilizarei formas mais simplificadas para calcular a espessura máxima.

Fórmula empregada para calcular a espessura máxima:

 

Exemplo 1:
Qual a espessura máxima de uma lente constituída de força dióptrica + 3,0 D, num diâmetro de 60 mm, elaborada em material de índice de refração 1,56 e espessura mínima de 1 mm?

 
 

Exemplo 2:
Qual a espessura máxima de uma lente constituída de força dióptrica - 5,5 D, num diâmetro de 65 mm, elaborada em material de índice de refração 1,6 e espessura mínima de 1,5 mm?

 
No cálculo da espessura máxima das lentes oftálmicas a dioptria deverá ser empregada sempre sem sinal.
Podemos definir lentes plano-cilíndricas e esférico-cilíndricas como lentes que possuem sempre duas diferentes forças esféricas dispostas ao longo de meridianos perpendiculares. Já vimos também que a força esférica é aquela que resulta da diferença de curvas dióptricas de superfícies opostas. Por esse motivo, o cálculo da espessura máxima de lentes plano-cilíndricas e esférico-cilíndricas é efetuado sempre em função da maior força dióptrica da lente.

Exemplo 3:
Qual a espessura máxima de uma lente constituída de força dióptrica + 5,5DE - 1,5DC x 90°, num diâmetro de 65 mm, elaborada em material de índice de refração 1,67 e espessura mínima de 1,2 mm?


Exemplo 4:
Qual a espessura máxima de uma lente constituída de força dióptrica - 2,25DE - 3,0DC x 13°, num diâmetro de 60 mm, elaborada em material de índice de refração 1,6 e espessura mínima de 1,5 mm?
 
RESOLUÇÃO: Neste exemplo é necessário fazer a transposição da dioptria para encontrarmos a maior força dióptrica da lente. A dioptria transposta é - 5,25DE + 3,0DC x 103°. - 5,25 é a maior força dióptrica, logo:
 


ESPESSURA MÁXIMA DE LENTES MISTAS

As lentes esférico-cilíndricas, em que a força cilíndrica é de sinal contrário e maior do que a força esférica, se constituem de lentes que possuem sempre duas forças esféricas de sinais contrários. Consequentemente, o meridiano de força negativa possui curvaturas tais que sua espessura mínima corresponde à espessura máxima do meridiano positivo colocada no centro. Por esse motivo, no cálculo da espessura máxima dessas lentes emprega-se sempre a força esférica negativa, tomando-se para a espessura mínima a espessura máxima obtida da força esférica positiva.

Exemplo 5:
Qual a espessura máxima de uma lente constituída de força dióptrica + 1,0DE - 3,0DC x 150°, num diâmetro de 60 mm, elaborada em material de índice de refração 1,499 e espessura mínima de 2,0 mm?

RESOLUÇÃO: Efetuando a transposição da dioptria, temos: - 2,0DE + 3,0DC x 60°.
Tomando-se a espessura máxima da força esférica positiva, para espessura mínima da força negativa, teremos:
 

2,9 mm é a espessura máxima do meridiano positivo e mínima do meridiano negativo, logo:

Como vemos, estas lentes têm na espessura máxima referente a seu meridiano negativo um acréscimo de espessura sobre a espessura máxima referente ao meridiano positivo, o que equivale ao cálculo da espessura máxima da lente tomando-se para força esférica a soma das duas forças esféricas da lente sem se considerar o sinal. O resultado dessa adição, no caso destas lentes, resulta sempre igual ao valor da força cilíndrica. Desse modo, podemos calcular a espessura máxima das lentes, cuja força cilíndrica for de sinal contrário e maior do que a força esférica, tomando-se para força dióptrica o valor da força cilíndrica, com a espessura mínima referente à força esférica positiva. Vejamos:

Nas lentes mistas o ponto mais delgado e o mais espesso situam-se nas bordas. A espessura máxima sempre se situará na borda referente ao meridiano negativo e a espessura mínima na borda referente ao meridiano positivo.

No terceiro artigo desta série mostrarei maneiras mais simplificadas para calcular a espessura máxima. Estas técnicas mais fáceis estão muito bem dispostas nas principais literaturas disponíveis no mercado.

Obras e autores consultados:
Óptica Oftálmica em Exercício - Manuel Carneiro.
Introdução ao Cálculo de Lentes Oftálmicas - Alex Dias.
Óptica Oftálmica Básica - Ney Dias Pereira.


Excelente leitura!

Artemir Bezerra, Óptico, Optometrista, Professor de Óptica Oftálmica, bacharelando em Optometria, autor do livro Optometria no Brasil.
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